domingo, 26 de setembro de 2010

Teatro na Escola Sementinha do Saber


           No ano 2008 quando ainda estava trabalhando na escola Sementinha do Saber envolvida pela animação resultante do trabalho com o teatro nas outras escolas Rosa Athayde e Luíz Paulino senti-me animada a tentar desenvolver o teatro com crianças.
           Nessa escola eu trabalhava com alunos de 5ª, 6ª e 8ª série e senti que eles ficaram muito animados quando falei do projeto, principalmente os alunos menores. Então, resolvi criar um grupo infantil e o resultado pode ser visto nessas fotografias.






















           Com esse trabalho desenvolvi o projeto "Aprendendo com as fábulas" que resultou num livro muito interessante escrito pelos próprios alunos.


APRESENTAÇÃO

        O projeto “Aprendendo com as Fábulas” foi desenvolvido no ano 2008 numa turma de 5ª série da escola Sementinha do Saber nas aulas de arte.
Com a intenção de ajudar a turma a melhorar a leitura, escrita, compreensão e interpretação de textos, além da produção, pensei nas fábulas, na imaginação, no encanto do maravilhoso, a moral que guiou a humanidade servindo de caminho e incentivo para novas criações, a magia do contar uma história que parece que está morrendo aos poucos nas sociedades devido à falta de tempo e comecei a contar...E contando, viajamos nos contos das Mil e uma noites com Sherazade; depois conhecemos as histórias e criações de Esopo, seus objetivos e criatividade. Conhecemos Jean de La Fontaine e as maravilhas de suas criações, Os irmãos Grim e vários outros fabulistas da história que fizeram parte da vida de uma parcela inimaginável da população mundial.
O projeto foi planejado com o objetivo de incentivar o hábito da leitura, da escrita e o desenvolvimento da análise interpretativa.
        Sabemos que ao se trabalhar com a produção textual muita coisa sobre a língua e sua formação, além do processo de composição textual pode ser explorado. Sabemos também que o texto não pode simplesmente ser um pretexto para se trabalhar a gramática, que ele tem que significar muito mais que regras e que o aluno é um ser dinâmico que sabe analisar o mundo, tem perspectiva de vida e observa o outro e sua maneira de ser, de lidar com o mundo e com os outros seres.
Produzir um texto não é fácil, principalmente nas séries iniciais e o professor deve saber como trabalhar essa produção de maneira que não venha a causar inibição no aluno de modo a podar sua criatividade na escrita. O aluno tem que ter segurança de que é capaz e com isso possa desenvolver coisas maravilhosas e vir a encarar a sua vida estudantil de forma mais responsável.
Com o projeto “Aprendendo com as fábulas” avançamos uma porcentagem significativa do aprendizado. Acredito que muito ainda precisa ser feito, pois os alunos têm um caminho enorme para percorrer e se a cada ano bons projetos forem desenvolvidos com a parceria de todos os professores, conseguiremos atingir resultados significativos.
 Pode-se perceber a partir das produções que os alunos aprenderam sobre a composição das fábulas e cada um a sua maneira tentou representar o que entendeu na criação do seu próprio texto. Sendo textos produzidos por crianças de 5ª série, vejo que tivemos, juntos, bons resultados que podem ser vistos aqui.


BOA LEITURA!


LEILA CRISTINA DO NASCIMENTO CASTRO

Orientadora do projeto


O LÁPIS E A BORRACHA

        Era uma vez um lápis que queria ser melhor do que a borracha. Certa vez, o lápis disse para a borracha:
- Eu sou melhor do que você porque escrevo coisas lindas!
A borracha que não gostou do que o lápis disse respondeu:
- Isso é mentira! Eu sou melhor do que você porque apago as coisas erradas e com isso eu embelezo o mundo.
         E ficaram teimando dizendo que um era melhor que o outro. Discutiram tanto e nenhum convenceu o outro do valor de cada um e resolveram perguntar para a caneta na tentativa que esta resolvesse aquele problema:
- Dona caneta, quem é melhor, eu ou o lápis? – perguntou a borracha depois de mais uma discussão.
E observando atentamente os dois a caneta respondeu:
- O melhor não é nem você e nem o lápis, porque se não fosse a mão um não escrevia e nem o outro apagava.
MORAL DA HISTÓRIA: Ninguém é melhor que o outro, pois, todos temos boas qualidades.

O MACACO, O OVO E A GALINHA

        Era uma vez uma galinha que vivia num galinheiro que ficava nos arredores de uma floresta. Certo dia, ela estava sentadinha, protegendo os seus ovos, quando o macaco aproximou-se e ficou observando. Estava com muita fome e ao ver aqueles ovos sentiu uma enorme vontade de experimentá-los, pois, o rato havia lhe dito que eram muito gostosos, e pensou: “Vou comer os ovos dessa galinha”. Resolveu esperar a penosa sair do ninho para poder pegá-los. Enquanto esperava viu um bonito cacho de bananas em um dos pés de bananeiras do sítio onde ficava o galinheiro, mas, a árvore estava um pouco longe e o macaco ficou com preguiça de ir até lá, preferiu esperar a galinha sair para poder roubar os ovos e matar a fome.
        - Hoje não estou a fim de comer bananas. Quero é comer os ovos dessa galinha! – disse o macaco.
        O que ele não sabia, era que na verdade a galinha estava era chocando, e os pintinhos praticamente já estavam a caminho.
Quando a penosa saiu do ninho para comer, o macaco correu até lá e pegou os ovos. Só, que para azar do macaco eles começaram a rachar na hora em que ele se preparava para fugir e os pintinhos deram os primeiros piados quando o macaco viu a galinha retornando para o ninho e desesperou-se, pois, não poderia levar os pintinhos e também não queria ficar com fome:
        - O que vou comer? – voltou ao ninho e procurou algum ovo que não tivesse chocado e para sua felicidade havia um, pegou e saiu correndo.
Escondido e bem longe da galinha resolveu comer o único ovo que havia sobrado e quando tentou devorá-lo quase morreu de nojo, pois, o ovo estava choco e com um fedor horrível e o macaco saiu correndo. Na fuga, lembrou-se das bananas. Correu até onde estava o cacho, mas, quando chegou até lá, os outros macacos já haviam devorado todas as bananas e o macaco metido a esperto ficou com fome e teve que suportar o fedor do ovo choco que ficou impregnado no seu pêlo durante um bom tempo.

MORAL DA HISTÓRIA: Quem quer o melhor, no final das contas até o pior ele perde.


A SALSICHA, O OVO E A MORTADELA

        Um dia abriram um novo comércio na feira e trouxeram muitas coisas para vender na inauguração. Lá tinha tudo de bom. Havia muitas pessoas querendo fazer compras e a mortadela, o ovo e a salsicha começaram a discutir dentro do freezer, pois um achava que era melhor que o outro. Então a mortadela falou:
        - Será que ninguém vem me comprar? Eu sou o alimento mais gostoso que todos os outros desse comércio!
        O ovo ao ouvir aquilo ficou logo com cara de desaprovação e resolveu interferir:
        - Quem vai te querer mortadela? É claro que ao comparar nós dois as pessoas vão escolher o mais gostoso, EEEEU!!! - disse o ovo.
        Então a mortadela enraivada respondeu:
        - Isso se eles não descobrirem antes que irão comprar ovo choco!
        A salsicha vendo aquilo decidiu apartar a briga:
        - Não briguem! Eu digo a vocês que os dois são gostosos e por isso não adianta discutirem, até mesmo porque de vocês dois eu sou mais gostosa e é claro que serei a primeira a ser vendida!
        Ouvindo aquilo, o ovo e a mortadela se enraivaram de uma tal maneira que começaram a xingar a salsicha. O freezer ficou só escutando e resolveu não se meter na história, apenas ficou observando o bate boca dos três. De repente, ouviram um barulho. Era um freguês que se aproximou e depois de os observar com cuidado pegou e sem pensar muito levou os três para casa. Chegando lá, fritou o ovo, pegou a mortadela, a salsicha e fez um delicioso sanduíche e o saboreou. Só assim os três pararam de discutir, pois foram devorados.

MORAL DA HISTÓRIA: Ninguém é melhor que o outro, pois cada um tem algo especial que de alguma forma chama a atenção de alguém.


O CACHORRO E A GALINHA
        Era uma vez um cachorro e uma galinha. O cachorro era muito malvado. Toda vez que a galinha ia comer, ele corria atrás dela e a pobrezinha vivia fugindo desesperada com medo e sofria muito por isso.
        Um dia, ela chamou todas as galinhas do terreiro para planejarem uma vingança contra o cachorro malvado.
        No dia combinado para a vingança, quando o dono do terreiro jogou o milho e deu o sinal para que se aproximassem, apenas a galinha que fez a combinação com as outras apareceu e novamente o cachorro se preparou para correr atrás dela, porém, quando tentou pegá-la, todas as galinhas do quintal partiram para cima dele dando doloridas bicadas nas costas, cabeça e orelhas do cachorro que gritou muito e fugiu de medo.
Daquele dia em diante o cachorro não quis mais saber de correr atrás de galinha nenhuma do terreiro, ficava só de longe olhando seu dono jogar milho enquanto elas pacientemente comiam sem nenhum medo de serem mais perseguidas.

MORAL DA HISTÓRIA: O forte só se prevalece de sua força até o dia em que o fraco aprende a se defender.

O GALO INVEJOSO

        Era uma vez um galo que por ser magro e pequeno morria de inveja dos outros galos. Um dia chegou no terreiro um bonito galo que quando cantava as galinhas suspiravam por ele e parecia que até o dono do terreiro também suspirava, pois, passava horas admirando aquele galo.
         O galo invejoso, tentando chamar a atenção do dono e das galinhas começou a ensaiar seu canto e imaginando que o galo cantador para ficar forte também malhasse, resolveu fazer exercícios e comer bastante para ficar forte, bonito e cantar de forma que chamasse a atenção das galinhas e do dono.
        Depois de um bom tempo de treino e muito milho, o galinho ficou gordo e de tanto cantar e correr no terreiro para ficar musculoso, realmente chamou a atenção do dono que começou a se chatear com o barulho que ele fazia. Perceber então o crescimento do galo e resolveu pesá-lo. Ao detectar o bom peso ficou animado e disse:
        - Dois galos no mesmo quintal disputando as galinhas não farão bem à produção de ovos. Como o outro é o meu campeão e esse está gordo no ponto de abate, vou levá-lo para a panela.
MORAL DA HISTÓRIA: Quem não se conforma com o que tem, sofre as consequências pelo que venha a ter.

O GATO LADRÃO
        Era uma vez um gato que adorava roubar. Vivia entrando nas casas alheias para pegar comida.
        Certo dia, quando ia passando na rua encontrou um amigo que lhe disse:
        - Vamos catar comida no lixo?
        - Olhando o amigo com cara de nojo ele rebateu:
        - Imagine se eu, um gato bonito como sou, vou catar comida no lixo! Eu vou é ver se consigo comida na casa dos vizinhos!
        O outro gato se despedindo do amigo falou apenas:
- Então tenha muito cuidado, pois, muitas dessas casas têm cães de guarda!
- Não se preocupe que sou esperto e nenhum cão idiota vai me pegar. – falou o gato em meio a sua arrogância enquanto o outro ia embora.
E o gato resolveu executar seu plano para roubar comida. Entrou numa casa bonita que nunca tinha invadido e como estava muito silenciosa, imaginou que os donos não estavam e pensou em fazer a festa na despensa.
O gato nem parou para pensar se existia naquela casa algum cão de guarda e foi entrando na cozinha para assaltar a comida que lá tivesse. Porém, para a sua surpresa, quando foi entrando escutou um enorme latido e levou o maior susto. Olhou para os lados e viu uma janela. Querendo dar uma de esperto resolveu pular para fora e quem sabe fugir do dono daquele latido que parecia ser muito grande e valente. Porém, o que ele não imaginava era que o cachorro estava exatamente do outro lado da janela.
Assim que colocou as patas no gramado do jardim o cachorro partiu para cima dele valente e raivoso. O gato desesperado correu com todas as suas forças para se esconder em uma das árvores do quintal.
        De repente, o dono da casa chegou e quando viu o gato encurralado pelo cão-de-guarda que estava vigilante para não deixar o bichano fugir, tratou de chamar a carrocinha que levou o bichano para prender em uma gaiola onde ele nunca mais pudesse sair para invadir as casas alheias para roubar.

MORAL DA HISTÓRIA: É mais fácil desfrutar o que está ao nosso alcance que desejar o bem alheio.

O LÁPIS MALVADO

        Era uma vez um lápis muito malvado que passava o dia todinho deitado e não gostava de ajudar ninguém.
        Um dia, dona cola se desequilibrou e caiu na mesa derramando cola. Depois de alguns minutos por ali passou dona linha e tentou ajudar, mas, ficou colada também.
        Não demorou e chegou a dona luva com seu pano macio, então a dona linha gritou:
        - Ajude-me dona luva, pois, eu estou colada!
        A luva foi tentar ajudar, mas, ficou colada também.
        Depois de algumas horas o lápis passou por lá e disse:
        - Nem me peçam ajuda, pois não vou ajudar!
        E foi embora exibindo arrogância e sem prestar atenção no seu caminho tropeçou numa borracha e quebrou a ponta.
        Quando o dono dos objetos chegou e viu aquela bagunça, limpou e guardou todos os objetos. Depois pegou o lápis e apontou, apontou e apontou. Mas, para infelicidade do lápis, cada vez que o homem o apontava, a ponta quebrava e o homem continuou apontando até o lápis acabar.

 
MORAL DA HISTÓRIA: Quando ajudamos os outros somos ajudados quando precisamos.


A FORMIGA E A MINHOCA

        Era uma vez, uma formiga muito vaidosa. E havia uma minhoca que se achava muito feia e desejava ficar bonita como a formiga.
        Por algum tempo ela observou o comportamento da formiga e percebeu que ela vivia sempre bem arrumada e tratou de se arrumar também, mas, não tinha jeito, pois, não sabia como fazer para tentar ficar mais bonita e ficava era pior do que já era.
Certo dia, as duas receberam convites para uma festa. A minhoca imaginou que a formiga como sempre iria estar muito bem arrumada e tratou de se preparar para o grande dia.
 Chegado o dia da festa, a minhoca passou quase duas horas se arrumando para impressionar, mas, quando lá chegou, todos riram dela pelo jeito como havia se arrumado, pois ao passar muita maquiagem ficou parecendo um palhaço.
        O riso dos animais que estavam na festa causou-lhe vergonha e ela saiu correndo querendo se esconder. Com pena da amiga, a formiga foi atrás dela para tentar ajudá-la. Depois de tanto procurar a encontrou chorando e disse-lhe:
        - Calma amiguinha! Você não é tão feia como os outros dizem. Só precisa que se arrume do jeito certo. Pode deixar que irei ajudá-la a conseguir isso.
        - Você me ajuda mesmo? – falou a pobre minhoca surpresa ao ouvir o que a outra lhe disse. – E você acha que é capaz de fazer com que os outros me achem elegante e bonita?
        - Claro que sim! Vou fazer de você a minhoca mais charmosa e elegante dessa floresta. A partir de agora seremos amigas e ajudarei você como uma boa amiga faz. Aceita minha ajuda e minha amizade?
        A minhoca ficou olhando a formiga e dando um belo sorriso disse:
        - Claro que aceito! Claro que sim.
        Então as duas se abraçaram e viveram felizes e muito amigas.

 
MORAL DA HISTÓRIA: Quem ajuda os outros também se ajuda como pessoa.


A GALINHA E O PORCO
        Era uma vez uma galinha e um porco. Eles se achavam os mais bonitos da fazenda. O porco era todo metido a garanhão e se achava o tal. A galinha, a mesma coisa. Todos os galos do terreiro se derretiam por ela, assim como todas as porcas eram apaixonadas pelo porco metido a galã.
        Um belo dia, a dona da fazenda comprou uma vaca que era linda demais, tanto que quando chegou na fazenda, todos os animais pararam para admirá-la e teve até quem dissesse: - Caramba, tu és a maior e mais bonita vaca que já vi na minha vida!
        Então acabou o charme da galinha e do porco que ficaram de escanteio, pois todos os animais só viviam admirando a vaca e esqueceram os dois metidos a celebridades da fazenda.
        Se alguns animais os admirassem, já não tinha mais graça, pois não eram os únicos bonitos do terreiro e aprenderam a lição. Que a gente não deve se gabar porque se não aparece outro mais bonito e toma o nosso lugar.

O LÁPIS E A BORRACHA
        Era uma vez um lápis e uma borracha. Eles eram muitos exibidos e desunidos. A borracha dizia que era melhor porque apagava e o lápis dizia que era melhor porque escrevia.
        Certo dia, o dono da casa entrou no escritório onde estavam o lápis e a borracha e ficou olhando para os dois e nesse momento, ambos imaginando que o dono estava tentando escolher qual dos dois iria pegar, começaram a discutir e a borracha disse:
        - Não escolha o lápis porque ele não apaga, se errar não haverá jeito de corrigir.
        O lápis enraivado também falou:
        - Se escolher a borracha vai sofrer raiva porque ela não escreve. Como é que você vai fazer para produzir o seu texto?
        Já perdendo a paciência a borracha tentou se defender.
        - Deixa de ser exibido! É claro que ele vai perceber que sou mil vezes melhor que você simplesmente porque você só escreve e sou  eu quem apago.
        Pararam de discutir porque de repente o homem sentou na escrivaninha e pegou o lápis para escrever e a borracha ficou olhando com cara triste enquanto o lápis exibido ficava escrevendo de nariz arrebitado. Porém, algum tempo depois, o homem cometeu um erro e pegou a borracha para apagar o que havia errado e depois disse:
        - Ai de mim se você não existisse. O que seria do meu erro?
        E a borracha olhou para o lápis com cara de quem venceu a briga, mas, de repente o homem pegou a caneta novamente para escrever e falou:
- E se não fosse você, como eu iria escrever as palavras que encantam nossas vidas?
Nesse momento os dois perceberam que tanto um quanto o outro tinha sua utilidade. Então pararam de brigar e reconheceram que precisavam um do outro assim como todos os outros seres existentes no planeta.

 

A MOÇA E O PEIXINHO


        Era uma vez uma moça que morava a beira de um riacho. Neste riacho tinha um lindo peixinho que a moça vivia admirando.
        Certo dia, ela sentou-se à beira do riacho e tentou conversar com o peixinho.
        - Oh, lindo peixinho, comprei para você um aquário muito bonito e aconchegante para que mores comigo.
- Tem certeza de que você não vai me comer?
        - Claro que não, pode confiar em mim! – disse sensível a bela moça.
        Então o peixinho deixou-se pegar e foi levado por aquelas pequeninas mãos sensíveis para o aquário. Porém, o tempo passou e o peixinho foi crescendo e crescendo de uma forma que ficou grande demais e um belo dia, depois de observá-lo durante um tempo a moça resolveu matar o peixe para fazer um gostoso jantar.

MORAL DA HISTÓRIA: Nos dias de hoje sempre desconfie mesmo até de quem queira lhe fazer o bem.

O PAPAGAIO E O PERIQUITO

        Era uma vez um papagaio muito rico e tinha um periquito muito pobre. O papagaio tinha horror a pobre e por isso queria porque queria matar o periquito.
        Tentando arquitetar um plano o papagaio lembrou-se que perto de sua casa havia um ninho de cobra. Ele então, muito metido a esperto disse ao periquito:
        - Se pegar para mim um ovo da dona cobra repartirei com você metade da minha riqueza! Aceita o desafio?
        Após pensar um pouco o periquito aceitou a aposta e logo no outro dia foi pegar o ovo enquanto a cobra estava dormindo.
        Mas quando pegou o ovo, a cobra se acordou e correu atrás dele. Na fuga o periquito avistou o papagaio escondido no galho de uma árvore e teve a idéia de jogar o ovo para o outro para tentar salvar a própria vida e pensando que a cobra não perceberia a ação jogou o ovo para que o papagaio o escondesse, mas, a cobra viu quando o ovo caiu bem do lado do papagaio e foi até o galho onde o ele estava.
Flagrado com a prova do crime, foi engolido pela cobra e morreu.
        O periquito então ficou com toda a riqueza do papagaio na maior mordomia.

MORAL DA HISTÓRIA: Quem usa o mal, com o mal será castigado.


A COBRA E O BEM-TE-VI

        Era uma vez uma cobra que era muito gorda e os animais da floresta a chamavam de baleia fora d’água e para fugir das chacotas ela vivia se escondendo no meio do mato.
        Certo dia, depois de se esconder para fugir novamente, recebeu a visita de seu único amigo bem-te-vi que lhe disse:
        - Não fique triste colega! – disse tentando reanimar a amiga.
        - É que me sinto humilhada com esses apelidos por causa da minha gordura!
        - É por isso então que o tucano não tem amigos, porque vive botando apelidos nos outros animais. – disse o bem-te-vi.
        E a cobra ficou surpresa com a descoberta.
        - Então é o tucano que me apelida? Ah, deixa estar que ele me paga!
        No outro dia, o tucano chamou novamente a cobra de baleia fora d’água e esta que já estava preparada disse para ele:
        - É engraçado como tem pessoas que só se incomodam com o defeito dos outros e não percebem os seus. Se eu tivesse um nariz enorme como esse pensava duas vezes antes de apelidar quem quer que fosse!
        O tucano entendendo o que a cobra disse sentiu-se humilhado na frente de todos os animais que ao olhar para ele e prestar atenção no nariz do colega caíram na gargalhada e o tucano fugiu para dentro da floresta para se esconder.
        Depois daquele dia, nunca mais os animais chamaram a cobra de baleia fora d’água, até mesmo porque cada um percebeu que tinha algo que poderia ser usado como apelido e a cobra pôde viver em paz.


O PAPAGAIO MISERÁVEL
        Era uma vez um papagaio muito rico e por isso nem olhava para os pobres. Quando os pobres passavam perto dele e lhe pediam uma esmola, ele simplesmente ignorava e saia de perto.
        Um dia, o papagaio descansava tranqüilamente em sua casa e não imaginava que tinha uns ladrões próximos planejando uma maneira de entrar e roubar-lhe tudo o que possuía. Eram o macaco e o gato que pegaram a riqueza do papagaio e saíram correndo na tentativa de fugir da polícia e como não queriam ser pegos com o novo roubo, resolveram colocar todo o dinheiro dentro de sacos e depois esconderam dentro de latas de lixo para pegar depois que passasse a confusão. Porém, o que os ladrões não esperavam era que os mendigos fossem procurar comida na lata de lixo do papagaio que era o que sempre faziam, já que os restos de comida o papagaio preferia mandar jogar fora a doar para os pobres.
        Quando vasculharam as latas de lixo ficaram surpresos com a grande fortuna que encontraram e correram a distribuir para todos os outros pobres da floresta achando que o papagaio tinha tanto dinheiro que já estava jogando fora.
        Depois de sentir falta da sua riqueza, o papagaio foi pedir ajuda para os animais da floresta para que o ajudassem a encontrar os ladrões, mas, chegando lá, percebeu que não havia mais nenhum mendigo perambulando e nem pedindo nada e ninguém quis lhe ajudar a procurar os ladrões.
O papagaio passou a perambular pela floresta pedindo a ajuda de um e de outro e daquele dia em diante passou a ser o único mendigo da floresta.

MORAL DA HISTÓRIA: Quem não respeita os outros dificilmente é respeitado.

O BOI E O SAPO

         Certa vez numa enorme fazenda tinha um boi muito bonito e grande. Na mesma fazenda morava um sapo que todos os dias observava o boi e ficava boquiaberto de ver como ele era forte e decidiu que queria ficar igual.
        No outro dia o sapo estava sentado em cima de uma pedra quando o boi foi passando por lá e o sapo perguntou:
        - Senhor boi, eu gostaria de saber o que o senhor faz para ficar forte assim?
        Sem dar muita atenção ao sapo o boi respondeu:
        - Sinto muito sapo. Se eu fizer essa revelação, você corre risco de vida. – e foi embora sem dar mais atenção ao sapo.
        Não conformado com a atitude do boi, o sapo resolveu que iria insistir tantas vezes que o boi não agüentaria e acabaria revelando e foi justamente o que aconteceu. O sapo vivia esperando o boi passar para perguntar para ele o segredo que o deixava forte e perguntou tanto que o boi foi perdendo a paciência.
        Num certo dia, novamente o sapo estava no caminho por onde o boi passava para perguntar sobre o segredo.
        - Oh, boi! Conte para mim o segredo por que você é tão forte vai!
        E o boi, já irritado com aquela situação respondeu:
        - Está bem sapo. Vou lhe contar. Olha só, todos os dias o meu dono para me exercitar faz com que eu carregue uma pedra bem pesada para desenvolver os meus músculos e é por isso que eu fui ficando forte com o tempo.
        O sapo agradeceu e saiu pulando feliz da vida porque havia descoberto o segredo do boi.
        Logo no outro dia, o sapo foi procurar o macaco e pediu-lhe:
-         Amigo macaco preciso que você me ajude!
-         Com o quê – perguntou curioso o macaco.
-  Preciso ficar grande e musculoso e para isso tenho que me exercitar todos os dias carregando uma pedra bem pesada para desenvolver minha força e meus músculos.
              Nessa hora o macaco caiu na gargalhada, mas, parou logo de rir quando viu o sapo o encarando de cara feia.
-         É sério? – perguntou surpreso para o sapo.
-  Claro que é sério. Não estou brincando e quero...preciso que você me ajude. Você me ajuda?
        E o macaco concordou até porque ficou curioso para ver no que isso iria dar.
        Foram os dois para a beira de um riacho onde havia muitas pedras e o sapo escolheu uma que considerou pesada o suficiente para se exercitar e pediu que o macaco a colocasse sobre ele e logo começou a andar de um lado para o outro. Mas, naquele momento passou por ali uma linda macaquinha dando a maior bola para o macaco que saiu correndo atrás dela deixando o sapo com a pedra nas costas.
        Quando o sapo se cansou, percebeu que o macaco não estava e começou a gritar para que alguém o ajudasse. Porém, não apareceu ninguém e o sapo ficou agüentando o peso até suas forças acabarem e cair com a pedra em cima dele.
O tempo passou e o sapo foi sufocando aos poucos e já estava no fim de suas forças achando que iria morrer quando apareceu o amigo coelho que o socorreu e desse dia em diante nunca mais quis saber de imitar o boi para ficar bonito como ele, até mesmo porque conheceu uma linda sapinha que vivia dizendo que ele era o sapo mais bonito que ela já vira na vida.

MORAL DA HISTÓRIA: Cada um tem sua beleza particular.

O PINTINHO, O GATO E A GALINHA
        Era uma vez um gato que adorava comer pintinhos. Todo dia ficava a espreita de um pintinho desprotegido de seus pais e o engolia de uma só vez.
        Certo dia apareceu no quintal um lindo pintinho que estava perdido de sua mãe e quando o gato viu ficou com água na boca para devorá-lo. Resolveu então correr atrás do pintinho que quando percebeu que estava em perigo fugiu desesperado com muito medo do bichano. O gato malvado já estava quase alcançando o pobrezinho quando ele começou a gritar.
        Nesse momento apareceu a mãe do pintinho e o protegeu com suas asas, quando o gato parou de correr e encarou a galinha:
        - Entregue-me esse pintinho ou quer que eu o pegue a força!? – e a galinha respondeu:
- Você e quantos? – o gato vendo que a galinha estava disposta a defender sua cria preparou-se para atacar a galinha e tomar o passarinho. Nesse momento apareceu um galo enorme do terreiro e pulou em cima do gato, deu nele uma surra tão grande que ele saiu correndo todo machucado e passou um bom tempo sem dar as caras no terreiro.

MORAL DA HISTÓRIA: Quem pratica o mal, com o mal será tratado.


O CABRITO, O GALO E A COBRA

        Era uma vez um cabrito e um galo. Eles eram amigos inseparáveis, para onde um ia o outro também ia.
        Certo dia uma cobra muito invejosa resolveu armar um plano para acabar com a amizade dos dois e durante muito tempo ficou tentando, mas, a cada vez que tentava seu plano falhava.
        Passados alguns dias de tentativa ela percebeu que todos os animais tinham amigos e viu-se sozinha sem ninguém e pensou: “Estou perdendo o meu tempo tentando atrapalhar a amizade dos outros esquecendo de fazer minhas próprias amizades”.
        Desde então a cobra deixou os dois em paz e felizes, cada um vivia sua própria vida sem pensar em atrapalhar a vida dos outros.

MORAL DA HISTÓRIA: Quem vive a vida dos outros, esquece de viver sua própria vida.


O PEIXE E O TUBARÃO

        Certa vez, no meio do oceano um peixinho que passeava tranqüilamente se deparou com um enorme e feio tubarão que ao avistá-lo saiu mais que depressa na direção dele e começou a persegui-lo com sua enorme boca arreganhada pronto para devorá-lo.
O que o tubarão não sabia era que o peixinho era muito esperto, pois, enquanto fugia dele teve uma idéia para se livrar do perigo. Do outro lado do rio tinha um enorme barco de pesca e o peixinho nadou com todas as suas forças para perto do barco. Chegando lá com o tubarão no seu encalço, começou a pular de um lado para o outro tentando chamar a atenção dos pescadores. Cada vez que pulava o tubarão também pulava atrás e como ele era bem grande, logo os pescadores correram para tentar pegá-lo.
O tubarão estava tão preocupado em capturar o peixinho que nem percebeu a aproximação do barco de pesca e da rede gigantesca que foi jogada no exato momento em que ele armou o bote para pegar sua presa e ficou preso enquanto o peixinho conseguiu fugir. O tubarão foi levado pelos pescadores e o peixinho voltou para a sua liberdade, feliz e ainda mais esperto.

O PATO METIDO


        Era uma vez um pato muito bonito e por causa disso era um tanto quanto metido. Quando passava pelo quintal todas as patas o seguiam e ele nem ligava, ficava era esnobando. Mas mesmo assim elas viviam atrás dele e o paqueravam dizendo:
        - Oi patinho lindo! O que você faz pra ficar assim tão fofo?
        E o pato metido ficava ainda mais metido e dizia com seu jeito esnobe:
        - Eu sei que sou bonito! Isso vocês nem precisam me dizer. Basta ver o jeito como correm atrás de mim. Eu sou demais! Irresistível!
        Mesmo não gostando muito do exibicionismo do pato as patas o cercavam e ele as esnobava, até que um dia apareceu no quintal um outro pato muito mais bonito do que o pato metido e as patas ficaram todas apaixonadas por ele e esqueceram o pato metido para ir atrás do outro pato que além de bonito era muito educado.
        Vendo-se sozinho e desprezado, o pato metido tentou de diversas formar chamar a atenção das patas, mas não conseguiu e ficou de escanteio. A única patinha que ainda aproximou-se para conversar com o pato metido foi uma patinha feia que ele desprezava e daquele dia em diante passaram a ser grandes amigos e o pato pode ver que não adiantava ter tanta beleza sem ter ninguém para conversar e aprendeu através daquela patinha a valorizar as amizades e deixou de ser metido.
       

O CACHORRO E O COELHO

        Era uma vez um cachorro cego e por causa disso ele era muito triste, ainda mais porque morava na floresta um coelho que vivia zombando dizendo que ele não podia ver a lua, nem o sol, as estrelas, as cores etc. Um dia a mãe do cachorro vendo o sofrimento do filho resolveu levá-lo ao médico e este lhe disse que com uma simples cirurgia o cachorro cego ficaria bom, mas teria que ficar no hospital durante três dias.
        Na manhã do quarto dia, o coelho saiu de sua casa e depois de se espreguiçar disse:
        - Ah, eu vou é olhar o sol porque eu não sou cego igual aquele cachorro!
        O coelho sentou-se em cima de uma pedra e ficou por muito tempo admirando o sol. Quando pensou em voltar para casa e tentou olhar à floresta, percebeu desesperado que não estava conseguindo enxergar direito e começou a gritar:
        - Socorro! Socorro! Não estou conseguindo enxergar nada. Socorro!
        Nesse momento o cachorro vinha feliz da vida porque havia saído do hospital e estava conseguindo enxergar a beleza da floresta com todas as sua cores, quando viu o coelho desesperado perdido e gritando que estava cego.
        O cachorro se aproximou do coelho e disse:
        - Não se assuste caro amigo que vou levá-lo ao médico para vermos o que aconteceu com a sua vista.
         O cachorro guiou o coelho até o médico que o examinou e deu-lhe um remédio para que se acalmasse enquanto sua vista voltava ao normal, pois ele havia ficado muito tempo exposto ao sol. Nesse meio tempo o cachorro foi embora e deixou o coelho no hospital em observação.
        Quando a visão do coelho voltou ao normal ele perguntou ao médico quem o havia levado até lá e o médico disse que tinha sido um cachorro que também já havia sido cego, mas que agora já estava bom e o coelho se sentiu muito envergonhado e logo procurou o cachorro para pedir desculpas e daquele dia em diante o coelho nunca mais zombou de mais ninguém que tivesse algum tipo de deficiência e os dois passaram a ser muito amigos.

MORAL DA HISTÓRIA: É fácil criticar quando não temos noção da dor do próximo.





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