quinta-feira, 7 de março de 2013

Poemas em homenagem ao Aniversário de Urumajó




     Esse ano de 2013, a cidade de Urumajó está completando 51 anos e em homenagem a essa data tão especial ,postei alguns poemas por mim escritos, não apenas como poeta, mas , como uma filha deste chão que aprendeu muito com essa terra que me criou até os doze anos e fez de mim uma apaixonada pelas histórias encantadas do nosso povo.
     Parabéns ao povo Urumajoense por mais esse aniversário.


É URU MAJOR     (Leila Nascimento)

E foi assim que me contaram
Como uma história que começa com
Era uma vez
Em que o homem perguntou:
Como se chama este Rio?
E o Tuxaua Aturá, distraído
Julgou tratar-se do Pássaro e disse:
É Uru Majó
E nasceu esse nome bonito.

II
E quem disse que é apenas o nome
Dessa cidade que é bonito?
Meu Deus! Quantas coisas posso falar...
Do céu e do azul infinito
Do verde, os lugares e o mar
Posso falar do povo
Educado e prestativo
Posso falar de tantas coisas
Coisas que existem por cá.

III
Ah! Como eu posso falar...
Dos mistérios de nossas crendices
Que dá medo até de pensar
O curupira menino levado
Que protege nossas matas e é mal humorado
Mas que também gosta de brincar
Vinga-se do caçador
Que a natureza só quer maltratar.

IV
E quem nunca ouviu falar do Athayde?
O homem dos manguezais
E dizem que ele tem uma mulher
De encantos infernais
E os dois causam muito medo
Aos moradores ribeirinhos
Que acreditam que são reais.

V
Alguém já ouviu falar da mulher de branco?
Que aparece pelas estradas
Quem sonha com o tesouro que ela guarda
É quem acredita em histórias encantadas
Também dizem que há um homem
Que assim como ela causa medo
Nas misteriosas madrugadas.


VI
Tenho certeza de que todos conhecem
Nossa amiga Matinta perera
Uma bruxa de arrepiar
Que vaga a noite inteira
E enfeitiça quem a encontre
E é de aparência muito feia
Adora café e tabaco
E é chamada de feiticeira.

VII
E o feitiço está no ar...
Para as pessoas que viram bicho
Capazes de amedrontar
Até porque é esquisito
Como o porco, a porca e o lobisomem
Quantos bichos ouço falar...
Tantos contos infinitos.

VIII
Eles vagam pelas noites
E todos se trancam por medo
Dos barulhos que vem da rua
Pois temem muito o segredo
Da carroça cheia de ossos
Além da procissão das almas
Que do cemitério à meia-noite
Pelas ruas espalham mistério.

IX
Mistério...
Para nós é o mesmo que encanto
Encanto que vem da nossa gente
Vem de lá e vem de cá
Encanto que é nossa identidade
E que nós amamos de verdade
E não cansamos de contar.

X
Não cansamos de dizer
Esse é meu Urumajó
Poesia que revela o melhor de mim
Que me faz ser artista
Que me faz ser poeta
E nunca querer sair daqui
“Pois sou raiz desta terra”
E meu amor nunca terá fim.
  

XI
O vento que vem de longe
E conta para mim
Os segredos do meu povo
Segredos que são daqui
São histórias que nos revelam
Estrelas de um universo
De muitos encantos sem fim.

XII
Sinto o cheiro da maré
Vejo o brilho da cidade
Desse povo de tanta fé
Povo que crê de verdade
Que é abençoado por nosso senhor
Que nunca nos deixa só
Por isso posso repetir
Como é o nome desse Rio? E quero ouvir:

É URUMAJÓ
  

MEU QUERIDO URUMAJÓ

Quero escrever um poema
Um poema que fale de amor
Que não venha apenas do coração
Um poema cheio de emoção
E que não fale de dor.
Um poema que venha da alma
Construído com o mais puro sentimento
Que se derrame e se enraíze na terra
E faça esquecer qualquer sofrimento.
Que seja cantado para o vento
Que o leve para longe
Para todos os que queiram o ouvir
E ele brincará com o tempo
Porque por muito tempo
Ninguém cansará de pedir.
E seu título será: Para meu Urumajó
E meus olhos se encherão de lágrimas
Que provocarão uma chuva
Porque despertará milhares de emoções
E todos irão chorar
E declamar suas paixões
E se o povo começar a gritar
Ninguém dirá que enlouqueceu
Pois é o amor falando bem alto
Pois quem ama grita
Para aquele que não entendeu
Meu querido Urumajó
E o vento grita comigo
Pois é essência desta terra
Meu sonho, meu paraíso
Um poema que não se declama
Mas se canta
Por ser único
O mais bonito.

LEILA NASCIMENTO




 MINHA TERRA
Leila Nascimento

Minha terra tem palmeiras
E um cais que eu posso apreciar
Tem pessoas educadas
Lua cheia nas madrugadas
E histórias pra me assustar

Minha terra tem verdores
Que nunca vi mais bonito
E tantos olhares despertam
O seu paraíso infinito

De uma terra cheia de encantos
Difícil de encontrar
Minha terra tem coqueiros
Que até me fazem sonhar

Pois as sombras de tantas árvores
Onde eu possa descansar
Fazem-me imaginá-la doce mãe
Sempre a me esperar

E nos meus sonhos
Vejo-me sempre menina
Correndo para abraçar
As árvores de minha terra
Onde eu podia brincar

E nessas brincadeiras eu cresci
Mas no meu coração permaneceu
Todo o amor que eu sinto por ti
E que o tempo só floresceu
Minha terra, minha luz
Meu querido URUMAJÒ
Que nunca me esqueceu.


URUMAJÓ
Leila Nascimento
Uru
Pássaro bonito
Major
Descobridor ousado
Povo
Educado e receptivo
Filhos
Bem vindos e amados
História
Raízes muito profundas
Glórias
Infinitas a conquistar
Conquistas
Um lindo buquê de rosas
Sonhos
Que não param de sonhar
Cidade
Lugar de tantos encantos
URUMAJÓ
Um poema a se declamar.


À MULHER DE URUMAJÓ


A mulher de Urumajó
É guerreira por excelência
Tem fé e tem consciência
De todo seu valor.
Ela luta por igualdade
E defende a verdade
Por qualquer lugar onde for.
Elas são tantas que até me perco
Que vem daqui
E que vem de lá
E as raízes dos seus passos
São difíceis de alcançar.
Tem um sorriso de sol
E olhos que fazem sonhar
Dizem até que é a mais bonita
Desse nosso imenso Pará.
Ela renasce todos os dias
Com fé e a sabedoria
Presentes dos seus ancestrais
E sua história tem caminhos
Entre passos destemidos
E sonhos que se fizeram reais.
Pois uma fortaleza
Foi capaz de construir
Aqui, nesta cidade
Conseguiu fazer ouvir
O eco de sua força
Que muito, muito além
Foi capaz de expandir.
É ela
Poderosa e desinibida
Mulher, guerreira
Urumajoense.
E se o major perguntasse
Ao tuxaua Aturá
Depois de um passeio pela Vila.
- Que mulher é essa?
E o Tuxaua certamente responderia:
- É a mulher de Urumajó
A flor que embeleza essa terra
E nossa mais bela poesia.

                          Leila Nascimento

Orla do Rio Urumajó
 Praça 28 de Março



 Praça São Miguel
Coreto da Praça São Miguel









































Um comentário:

  1. Leila Cristina, belíssimas imagens de Urumajó. Parabéns! Você teria fotos da Ilha do Meio?

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