APRESENTAÇÃO
Estudar a regionalidade e descobrir os valores de suas raízes é dar aos
alunos a oportunidade de ver, ouvir e sentir sua região de forma mais
significativa.
O estudo da
arte na escola deve proporcionar aos alunos essa possibilidade, e ao escutar,
observar, sentir e reproduzir, essa leitura despertará no aluno valores
regionais que o farão pensar em sua terra como um cidadão responsável pelo seu próprio bem
estar.
O HOMEM QUE VIRAVA PORCO
Na cidade de
Augusto Corrêa, havia um homem que sempre que acontecia rituais de magia negra
em sua casa, virava porco.
Durante a madrugada quando ele e sua esposa se reuniam
para realizar os rituais, os vizinhos ouviam coisas assustadoras como gritos,
choros e roncos comparados a de um porco.
Certa vez, um dos vizinhos; movido pela curiosidade
de saber o que se passava na casa do casal, resolveu se esconder próximo a casa
do homem para ver se descobria alguma coisa. Quando começou a ouvir os barulhos
na casa das duas pessoas, viu o homem sair correndo na rua e quando estava a
uma boa distância, se transformou em um porco.
E todos ficaram muito assustados quando souberam e o
segredo daquele homem estranho foi revelado.
Aluno Christhian Kithalv Santos Costa
6º ano
A MULHER MISTERIOSA
Antigamente uma mulher que morava em frente ao cemitério não
acreditava nas histórias de assombração que o povo contava.
Muita gente tinha medo de entrar no cemitério por
causas de certas crendices, mas a mulher não entrava porque simplesmente não
gostava. A ideia de morte lhe era terrível. Apenas isso.
Um dia ela jurou que não ia nunca entrar no
cemitério.
Todos os conhecidos que morriam, ela jamais ia sequer
dar os pêsames para a família e se negava a comparecer até em visitas de amigos
em fases terminais. Mas um dia a mãe dessa mulher morreu e ela se negou a
comparecer no enterro e preferiu ficar em casa sofrendo.
Meses se passaram e um dia ela sofreu um grave
acidente que a levou a óbito. Todos comentavam sobre o fato de que desta vez
ela seria obrigada a entrar no cemitério porque senão teria que ser enterrada
no quintal. E quando ocorreu o enterro todos os que a conheciam comentaram
sobre o assunto.
Na noite daquele mesmo dia, o vigia do cemitério viu
uma figura feminina sentada na sepultura da mulher que fora enterrada logo
cedo. E a partir daquele dia ela continuou a aparecer e a assombrar os
moradores que precisavam passar pelo cemitério altas horas. E todos morriam de
medo da mulher misteriosa que assombrava aquele lugar todas as noites.
Carla Vitória Cardoso
6º ano F
A MÃE D'ÁGUA
Certa vez eu estava
lá em casa quando de repente deu uma vontade enorme de ir à casa da minha tia.
Na ida, passei pela beira do rio e ouvi bater roupa e
pensei “Quem está lavando roupa uma hora dessas?”. Era umas oito horas da
noite, e, Claro que eu estava com uma lanterna. Era normal andar por aqueles
caminhos, e ninguém tinha medo, mesmo com todas as histórias de visagem que
ouvíamos.
Resolvi convidar meu irmão para irmos até o rio
investigar aquele mistério.
Para nossa surpresa; chegando lá; não havia nada,
ninguém, nem roupa alguma na beira do rio quarando como as lavadeiras deixavam.
Corremos o mais rápido e contamos a história para o
papai e ele nos disse que com certeza quem estava no rio àquela hora lavando e fazendo
aquele barulho era a mãe d’água. E daí em diante deixei de passar perto do rio
à noite.
Alexandre Santos da Silva 6º
ano E
UM
BARULHO NO RIO
Certa vez fui tomar banho no rio à noite como de costume.
Não estava com medo porque era perto da casa da minha irmã e tinha luz.
Tomei banho
despreocupada, mas de repente escutei um enorme barulho e pensei: “Deve ser a
Mãe d’água”.
Nessa hora
senti um medo enorme e saí correndo desesperada até em casa.
Quando
cheguei cansada e ofegante, minha mãe perguntou o que havia acontecido e eu
respondi:
- Acho que
tem visagem no rio!
Claro que
não acreditaram. Pensaram que era produto do meu próprio medo, mas eu tenho certeza:
Era a mãe d’água.
Gisele
Nogueira dos Santos 6º ano E
PERSEGUIDO
PELA MATINTA
Certo
dia eu estava tomando banho. Já era tarde da noite quando escutei um barulho na
beira do rio. Fiquei nervoso. Olhei para os dois lados e não vi nada. No rio
não tinha ninguém além de mim. Começou a dar medo. Escutei o barulho novamente.
Agora mexendo no meio do mato. Olhei para lá e não vi nada. Pense: “Acho que é
a matinta perera”. Corri de volta para o caminho e comecei a voltar para casa.
Mais na frente escutei o barulho novamente. Corri para outro caminho que era
muito deserto. Muito feio. Serrado. Fui correndo pelo meio do mato. Estava
escuro. Não dava para ver nada. Tinha muito mato. Fiquei com medo. Estava
escuro, muito escuro. Eu parecia estar correndo perigo.
Quando deu
meia noite escutei o barulho bem perto de mim e disse:
- O que eu
faço?
Resolvi
correr com todas as minhas forças e mais na frente me escondi por trás de uma
árvore. Olhei para um lado. Olhei para o outro e achando que o caminho estava
livre saí correndo novamente. E nessa corrida dei de frente com um bicho muito
feio. No exato momento tive a certeza de que estava diante da matinta perera.
Mesmo com medo saí correndo e gritando em disparada e ela atrás de mim, mas me
aproximei de casa e corri ainda mais.
Quando
entrei no quintal, gritei para minha mãe e ao olhar para trás não vi mais nada.
Renildo Santos Matos
6º ano
UMA AVENTURA
NO MANGUE
Certo
dia o meu tio estava falando que ia para o mangal tirar caranguejo.
Pedi para
ir junto, mas ele me fez prometer que pediria permissão para os meus pais
porque um passeio como este sempre oferece um pouco de perigo, ainda mais
porque não era bem um passeio e sim um trabalho.
Pedi para
minha mãe e ela não deixou.
Pedi para o
meu pai. A mesma coisa.
Sendo assim
meu tio se arrumou para sua viagem e foi.
Fiquei
desolado com aquela situação. Considerei que seria uma aventura incrível
conhecer o mangal e ver como se tirava caranguejo.
Tomei então
uma decisão meio arriscada: Decidi ir sem a permissão . Resolvi fugir dos meus
pais. O único problema era que eu não sabia exatamente onde meu tio costumava
ficar, mas sabia o rumo que devia seguir. Quando chegasse no mangue gritaria
até encontra-lo.
Fui.
Quando
cheguei lá, a primeira coisa que vi foi uma enorme jararaca. E ela estava bem
perto de mim. Corri ainda mais para dentro do mangal até perdi a noção de onde
estava. Claro que tive consciência de que estava perdido e também conhecia
muitas histórias de pescadores que haviam se deparado com visagens no meio do
mangal.
Comecei
então a gritar. Chamar pelo meu tio como um desesperado.
Gritei
tanto que já estava perdendo as forças e o medo aumentando.
As horas
passaram tenebrosas e ameaçadoras quando até que enfim ouvi a resposta do meu
tio.
Ainda bem
que não era a voz de um estranho porque senão eu morreria de susto. E ele
falou:
- O que tu
tá fazendo aqui menino?
Não
consegui mentir. Até porque o nervosismo não deixou. Contei para ele tudo o que
havia acontecido. O medo. A cobra e o mistério do mangal.
Meu tio me
levou de volta para casa e daquele dia em diante nunca mais desobedeci as
ordens dos meus pais. E nunca mais quis ir para o mangal.
Claudinei
Miranda Corrêa 6º ano E
O TABACO DO
CURUPIRA
Um
dia a professora contou para nós que quando morava no interior, ela e sua prima
saíram escondidas para pegar laranja em um outro sítio que ficava bem longe
dali.
Naquele dia
nada aconteceu, e para elas foi um belo passeio com direito a promessa de
volta.
No domingo
seguinte as duas combinaram de novamente ir àquele lugar para apanhar laranjas
e também brincar.
Quando lá
chegaram, tinha bastante laranja madura. Começaram a apanhar as frutas e o
tempo foi passando de forma descontraída e alegre.
Quando
decidiram voltar para casa uma coisa estranha aconteceu. Elas não conseguiam
lembrar por onde haviam entrado no sítio. Era como se o caminho tivesse
desaparecido de sua mente.
Em meio ao
pânico uma delas lembrou que nesses momentos uma das saídas é prometer tabaco
para o curupira, pois provavelmente aquilo era coisa do danado. E fizeram.
Assim que gritaram para o mato que ainda naquele dia deixariam um pedaço de
tabaco para ele no tronco de alguma árvore a mente clareou e o caminho
apareceu.
Elas
voltaram para casa andando mais que depressa.
Assim que
chegaram em casa, pegaram um bom pedaço de tabaco e quando já iam levar para o
curupira a mãe perguntou para quem era aquele tabaco. E elas responderam:
- É para o
nosso vizinho que veio pedir.
Aquela
história foi mantida em segredo durante muito tempo, até que um dia elas
resolveram contar.
Ah! Esqueci
de dizer que daquele dia em diante elas nunca mais se atreveram a sair para
longe às escondidas para apanhar fruta no sítio alheio.
Fernanda B.
de Matos 6º E
A CURUPIRA E
O LENHADOR
Lá
onde eu moro tem um velho chamado de Seu Bené. Todo dia ele precisava tirar
lenha. E sempre ia sozinho. Não tinha medo porque nunca havia lhe acontecido
nada.
Certo dia
ele foi tirar lenha como de costume e quando terminou o serviço, voltou para
sua casa. Depois que anoiteceu, foi dormir. Durante o sono, sonhou que na
próxima vez que fosse tirar lenha na floresta iria aparecer várias assombrações
para lhe fazer medo e judiar. Assustado ele acordou, mas, quando viu que fora
apenas um sonho, desconsiderou e logo depois do café se arrumou para ir tirar
lenha.
Quando
chegou lá, não tinha ninguém. Ele começou a trabalhar.
Assim que
concluiu o trabalho organizou os feixes e preparou-se para retornar para seu
sitio.
Pegou o
caminho de volta e foi quando apareceu logo a frente uma estranha mulher de
vestido longo e vermelho. Seus cabelos também eram vermelhos e o homem logo
percebeu que aquela mulher era a curupira.
Ela o
olhava de um jeito como se estivesse com um ódio imenso, e de repente começou a
falar umas palavras estranhas numa língua que o homem não entendia.
Na cabeça
dele pareceu que ela o estava enfeitiçando e o medo foi tão grande que ele saiu
correndo deixando lenha e tudo para trás.
Quando
chegou em casa prometeu para si mesmo que jamais iria novamente à mata
desacompanhado. E a partir daquele dia ele, deixou de tirar lenha em grande
quantidade para vender. Apenas o suficiente para sua sobrevivência.
Alessandra
Borges dos Reis
6º ano E
O BANHO DA
MÃE D’ÁGUA
No
lugar onde moro o povo conta uma história de visagem que fala de uma velhinha
que em certas noites aparecia nas estradas e jogava pedras nas pessoas.
Eu, claro,
não acreditava. Sempre disse que o povo inventa coisas e não ia perder meu
tempo ficando com medo de invenção.
Certo dia
fui tomar banho no rio e quando lá estava mergulhando de um lado para o outro
ouvi um barulho no meio do mato.
Saí
correndo de volta para casa e chamei meu pai e meu irmão.
Naquele
momento o medo foi tão grande que não tive coragem de ir junto, e preferi ficar
em casa esperando.
Não demorou
muito, meu pai e meu irmão chegaram brancos e quase desmaiando. Parecia que
tinham visto visagem. E tinham visto mesmo.
Eles contaram
que assim que chegaram ao rio, viram uma velha tomando banho e quando eles apareceram
ela olhou para eles com uns olhos escuros como breu.
Nunca mais
nenhum de nós teve coragem de ir ao rio à noite tomar banho. Deus me livre.
Paulo
Vinícius Matos dos Santos
6º ano E –
1º turno
O FOGO
MISTERIOSO
Quando
minha mãe morava na Vila Nova não tinha energia elétrica.
Certa noite
ela cortava comida no jirau que ficava atrás da casa enquanto os irmãos
conversavam na frente da casa e esperavam o jantar.
Minha mãe
tinha um primo muito brincalhão e que por um acaso estava lá naquele dia.
Enquanto
cortava o peixe para assar, ela viu aproximando-se vagarosamente uma bola de
fogo que inicialmente era apenas um filete e quando chegou bem perto virou uma
enorme labareda.
Minha mãe
não se assustou porque pensou que era brincadeira do seu primo tentando
assustá-la e ainda disse:
- É bom
apagar esse fogo porque se não vai acabar causando um incêndio e nem vai me
assustar.
O fogo
permaneceu indo e vindo ali na beira do mato.
Minha mãe
foi até a frente da casa para dizer para os demais a brincadeira de mal gosto
do primo e que nem a havia assustado.
Quando lá
chegou ficou branca e paralisada ao vê-lo alegremente conversando com os
rapazes.
Diante da
cara de susto de minha mãe todos quiseram saber o que acontecera e depois saíram
correndo para ver a visagem.
Mamãe
contou que o fogo já estava desaparecendo quando eles lá chegaram e quando
sumiu completamente eles correram com uma lanterna para ver o quanto tinha
queimado, mas, para a surpresa de todos, não havia uma só folha esturricada.
Nada. Como se não tivesse nunca aparecido nada ali.
Todos os
que presenciaram aquilo jamais esqueceram e hoje podem contar para seus filhos
e netos que ficam encantados e com medo só de escutar.
Maria
Eduarda 6º ano C – 1º turno
A VISAGEM
CARONEIRA
Certa madrugada meu tio vinha de bicicleta
e quando chegou na ponte que vai para o Perimirim, sentiu um frio na barriga e
foi quando algo sentou na garupa da bicicleta e ele percebeu que de repente
ficou difícil pedalar porque estava muito pesado.
Olhou para trás e nada viu. Não tinha ninguém atrás.
E o peso continuou e meu tio pensou: “Já sei! Com certeza é a visagem caroneira
que sentou na minha garupa”.
Meu tio parou, desceu da bicicleta, pegou um bom
punhado de mato e amarrou na garupa.
Subiu novamente na bicicleta e não mais sentiu o peso
enorme da visagem. Mais também estava com tanto medo que pedalou o mais rápido
que podia para chegar o quanto antes e se livrar daquela situação.
Nunca mais meu tio andou sozinho à noite de
bicicleta. Foi um santo remédio.
Benedito de Jesus Sousa dos
Santos 6º ano C
O FOGO DA ESTRADA
Certa vez um homem ia visitar o pai que morava no
Tijoca.
Ele foi à noite e sozinho. Não sentia medo porque é
normal no interior os homens andarem sozinhos pelos caminhos. Mas naquela noite
algo aconteceu.
Num determinado ponto ele viu um fogo. Inicialmente
parecia que era alguém que vinha porque se movimentava. Primeiro parecia
pequeno e depois ia aos poucos aumentando.
Quando meu tio se aproximou e viu que não era uma
pessoa e o fogo desapareceu misteriosamente, teve certeza de que se tratava de
uma visagem.
Mesmo com medo ele fingiu que não tinha visto nada e
seguiu seu rumo. Como precisava andar por aquele caminho todos os dias resolveu
ignorar qualquer coisa estranha.
Outras vezes, segundo ele, a bola de fogo voltou a
aparecer, mas, como viu que ele não tinha medo, deixou de aparecer, pelo menos
para ele.
Arlison dos Santos 6º ano
A VISAGEM E
O MEU AVÔ
Um
dia na casa da minha avó, apareceu para meu avô uma visagem. Minha avó e minha irmã
tinham acabado de sair para pegar o ônibus para Vila Nova. O meu avô ficou com
meu tio e minha tia, mas, eles precisaram sair um pouco e deixaram o velho
sozinho. Foi aí que ele viu uma menina igual a minha irmã, e pensou realmente
que fosse ela. Vovô então perguntou porque ela não acompanhara a vovó e ela
nada respondeu. Apenas ficava olhando para ele, séria, concentrada. Então meu vô
se levantou e foi colocar um pouco de sopa pra ela tomar, mas, quando ele viu,
ela simplesmente desapareceu.
Logo depois, minha irmã entrou em casa, falou com ele
e foi ao quarto para pegar umas roupas e logo saiu sem que meu vô a visse
saindo.
Enquanto ele estava na sala ficou ouvindo mexerem no
quarto e não disse nada, pensando que era minha irmã.
Quando se levantou para ir à cozinha resolveu
verificar o que ela tanto mexia no quarto. Quando lá chegou, não viu ninguém e
ficou muito nervoso.
Ainda bem que nessa hora os meus tios chegaram e meu
avô ficou calmo. Porém, nunca mais permitiu que o deixassem sozinho em casa.
Maria Eduarda Cunha Reis 6º
ano C
AS CURUPIRAS DA PALMEIRA
Meu pai – que se chamava Reginaldo – certo dia me contou que
há muito tempo, quando Augusto Corrêa era apenas uma vila com poucas casas de
barro, ele e sua família moravam em uma casa muito humilde no alto de um
terreno de onde dava para ver toda a vila.
Durante uma noite de lua cheia, enquanto a família se
se preparava para dormir, papai observou que na frente da casa de um dos seus
vizinhos, três crianças brancas e de cabelos vermelhos rodeavam uma palmeira e
naquele vilarejo ninguém tinha filhos daquele jeito.
Todos na casa viram as crianças e meu pai só para ter
certeza, correu até a casa do vizinho para perguntar de quem eram aquelas
crianças e quando chegaram até a palmeira elas já não mais estavam lá.
Meu pai jura de pés juntos que eram curupirinhas.
David Miranda Gomes
6ª série B
O FANTASMA DE FOGO
Certa
vez pela estrada de Augusto Corrêa vinha um homem que trabalhava no treme e ele
já estava acostumado a chegar tarde em casa.
Certa noite ele vinha do trabalho e como já estava
acostumado a chegar na escuridão, não sentia medo, apenas caminhava normal
pensando na vida e avaliando os acontecimentos do dia.
Num determinado momento ele ouviu alguém lhe chamar.
Pensando que era algum colega de trabalho que por algum motivo o acompanhava
pela estrada, resolveu parar para esperar um pouco e gritou:
- Estou
aqui! – e olhava para a estrada tentando enxergar alguém no escuro.
Ninguém
apareceu e novamente seu nome foi chamado, alto e nitidamente:
- Paulo!
E novamente
ele respondeu:
- Estou
aqui! Dá para andar mais rápido?
Nesse
momento ele ouviu o vento soprar bem perto do seu ouvido e os cabelos se
arrepiaram deixando-o pela primeira vez com medo.
Nas várias
tentativas de enxergar alguém na estrada que não vinha, ele novamente subiu na
bicicleta e saiu em disparada.
Assim que
chegou em casa estava branco como cera e contou para a mulher o que acotecera e
ela logo respondeu com aqueles olhos assustados típicos dos crentes das lendas
interioranas.
- Com
certeza era o fantasma de fogo! – disse com aquele jeito quase irritante das
pessoas que parecem saber de tudo.
- Não
acredito que tu acredita nessas história? – interpelou parecendo indignado.
Paulo ficou
por algum tempo observando sua mulher e balançando a cabeça como quem diz que
está diante de alguém que parece não regular direito dos miolos.
E Ana
respondeu meio sem graça diante daquele olhar incrédulo do marido.
- Tá bom!
Se tu não acredita não posso fazer nada. Só te digo pra ter cuidado.
- Deixa de
besteira mulher. Essas histórias é pra quem não tem coisa melhor para pensar e
fica imaginando coisas. Ou melhor: Pra gente que não regula direito.
E fez o
sinal com as mãos como se dissesse que ela também não regulava direito. Claro
que isso era apenas para irritá-la e ele conseguiu. Também, naquela noite,
dormiu na rede para não ter que enfrentar a mulher que parecia estar com ódio.
No dia
seguinte Paulo pegou sua bicicleta e foi para o trabalho no Treme. Na volta
ouviu novamente alguém chamar seu nome.
Dessa vez
não respondeu. Não parou a bicicleta. Muito pelo contrário. Tentou pedalar
ainda mais rápido.
Não queria
acreditar na possibilidade de se deparar com uma assombração até porque não
acreditava nessas coisas, mas, aquilo era tão estranho que começava a sentir um
pouco de medo.
Olhava a
sua volta para ter certeza de que ninguém o seguia e por algum tempo conseguiu
pedalar sem nenhum susto, porém, depois de uma curva ele viu posicionado no
meio da estrada uma pessoa toda vestida de branco com um enorme olhar de fogo e
tinha fogo nas mãos e pés.
O susto foi
tão grande que Paulo caiu e fingiu desmaio.
Enquanto
estava ali no chão de olhos fechados, teve a impressão de que aquele seria seu
último dia de vida, mas, desde o momento em que caiu nenhum outro barulho se
fez ouvir. Como se ele estivesse completamente sozinho no meio da estrada.
O medo era
tanto que ele permaneceu ali deitado e de olhos fechados por um bom tempo até
que apareceu alguém e o socorreu.
Voltando
para casa Paulo contou o que lhe tinha acontecido e teve que escutar da mulher:
- Eu
avisei!
Desde esse
dia ele deixou seu trabalho e nunca mais foi para o Treme à noite e também
nunca mais viu o fantasma de fogo, até porque não andou mais sozinho pelas
estradas fora de hora.
Eliene
Borges Rodrigues
6ª série
JOÃO E A MATINTA
Era um rapaz chamado João. Ele tinha doze anos e
morava no interior, mais precisamente na Esmera; um lugar longe, longe.
Ele tinha acabado de fazer aniversário.
Nesse tempo a matinta começou a perturbá-lo.
Certo dia ele resolveu sair à noite e quando ia no
caminho escutou o assobio da visagem. Fifiiiiiiiiiiiiiiiooooooooooo.
Matinnnnnnnnnnnnnntaperera!
Parecia longe, mas ele sabia que ela estava perto.
Assustou-se quando percebeu a aproximação do assobio e os cabelos se
arrepiaram. Isso significava que ela estava bem mais perto ainda, talvez ao
lado dele.
Olhou de um lado para o outro e preparou-se para
qualquer emboscada. Estava tão nervoso que pensou ser capaz de borrar as calças
caso ela aparecesse.
De repente ele sentiu um tapa bem forte nas costas e
caiu.
Levantou-se muito rápido, olhou ao seu redor e nada
viu.
Saiu correndo numa disparada pegando a rua de volta
para sua casa.
Três anos se passaram e todas as vezes que ele
resolvia sair, principalmente à noite, sempre passava por alguma situação
misteriosa.
Num outro dia quando voltava da roça ouviu novamente
o assobio escabroso. Correu para casa e lá chegando sentiu-se seguro. Tomou
banho, jantou e descansado esperou à noite chegar lenta e misteriosa.
Quando a escuridão tomou conta de tudo e depois que
todo o vilarejo se recolheu e ninguém mais passava pela estrada, os cachorros
começaram a latir e o assobio rasgou a escuridão provocando muito medo.
Sem pensar duas vezes ele pegou uma faca e a enfiou
na porta da sua casa e disse:
- Agora vou saber quem é essa danada!
No outro dia, logo cedo, uma vizinha apareceu e pediu
uma xícara de café.
Depois que a esposa entregou, a mulher foi embora e
daquele dia em diante nuca mais apareceu perturbando a vida do rapaz.
Felipe Borges Brito 6ª série B
A VISAGEM DO
POÇO
Dizem os antigos que em todo lugar que tem um poço a
mãe d’água provavelmente toma banho lá. Apesar disso, em muitas casas existem
poços que foram cavados no compartimento da cozinha para facilitar o acesso à água
no momento do uso.
Em uma dessas casas, conhecendo as histórias que os
antigos contam o dono tinha o costume de fazer a ronda todas as noites sempre
que se acordava para se certificar de que os demais estavam seguros e que não
havia nenhuma visagem, visto que os antigos também diziam que a mãe d’água
encanta as pessoas para leva-las ao fundo do rio.
Certo dia receberam a visita de um amigo que apareceu
para passar o final de semana.
Por medo do poço armaram a
rede do homem na sala, mas, quando a noite ia alta o calor o fez pegar sua rede
e armá-la na cozinha.
Embalou-se e quando já sentia o
sono tomando o controle, viu aparecer de repente na beira do poço uma bela
mulher. Era tão linda que parecia até inacreditável.
Ele se levantou da rede e
caminhou na direção da bela mulher, mas, ela se jogou no poço e de lá chamou
por ele. Sem conseguir resistir o homem também se jogou, mesmo consciente de
que não sabia nadar.
Um bom tempo depois o dono da
casa ao levantar para fazer a ronda, primeiro foi na sala, como não viu a rede
do homem foi até a cozinha e achou estranho a rede vazia. Esperou um pouco
achando que ele estava no banheiro. O tempo passou e nada. Resolveu chamar.
Nada. Abriu a porta do banheiro e não tinha ninguém. Correu para a beira do
poço e lá estava o homem boiando.
Gritou para que todos o ajudassem a retirá-lo de lá,
mas já era tarde demais. Porém, apesar disso, o cadáver estava sorrindo como se
tivesse nos braços de uma linda mulher.
A partir daquele dia o poço foi definitivamente
fechado e assim que houve uma oportunidade venderam a casa e nunca mais
quiseram mandar cavar um poço assim, aberto, porque acreditavam que a mãe
d’água poderia aparecer e encantar um deles para levá-lo ao fundo do rio, ou à
morte.
Aline do Socorro da Silva Luz
6ª série B
A ONÇA
ASSOMBRADA
Aquele era
dia de caçada na tribo e os índios se preparavam para sair com seus arcos e
flechas. Tinham a pretensão de voltar com comida o suficiente para a semana.
Alguns índios levavam seus filhos adolescentes para
lhes ensinarem a arte da caçada e juntos pai e filho desfrutavam da natureza,
mas também a respeitavam.
Andando pela floresta ouviram um barulho muito
estranho. Rapidamente pegaram arco e flecha preparando-se para o ataque, mas,
depois de procurarem cautelosamente a presa, viram do outro lado do rio uma
enorme onça. Animados com a descoberta começaram a atirar no animal, porém,
todas as flechas atravessavam o bicho como se ele fosse invisível, como se
fosse um fantasma. Logo os dois índios perceberam que estavam diante de um ser
assombrado.
Pararam de atirar e ficaram observando. A onça não se
mexeu de onde estava e ficava olhando para eles como se quisesse impor sua
superioridade. Para a surpresa dos índios uma luz muito forte apareceu cercando
o animal. Segundos depois, para espanto dos dois a onça desapareceu sem deixar
rastros.
Os índios correram de volta para a tribo e contaram a
todos. O pagé, que já conhecia a história, contou então que aquela onça só
aparecia de ano a ano para avisar aos que sobreviviam dos benefícios da
floresta que só poderiam pegar o que fosse suficiente para sua sobrevivência,
cuidando e preservando para que ela não acabasse assim como seus animais.
Assim, os índios ficaram conhecendo a história da
onça assombrada da floresta.
Ademar Raiol Alves Neto
6ª série B
O ENCANTO
MÃE D’ÁGUA
Minha cunhada me contou que quando era uma
adolescente tinha o cabelo grande, liso e muito bonito. Ela morava no interior
de Augusto Corrêa. No quintal da casa onde morava havia um rio e muitas árvores
e a janela do seu quarto ficava na direção do rio.
Ela era muito vaidosa e vivia penteando os cabelos e
se arrumando.
Certo dia ela acordou com muita febre e dor de
cabeça. Os remédios pareciam não fazer efeito e diante de uma situação como
aquela, no interior, a única solução era chamar o pagé.
Depois da benzição, o homem contou que a mãe d’água
havia enfeitiçado minha cunhada e que daquele dia em diante, sempre que
ela fosse se arrumar deveria fechar a
janela do quarto por que senão a mãe d’água iria flechá-la de novamente.
Segundo ele, qualquer mulher que exibisse beleza a
mãe d’água ficava zangada e se vingava.
Daquele dia em diante, estavam proibidos banhos no
rio nos horários das 6:00, 12:00 e 18: 00 horas, que eram os horários em que o
povo do interior diz que a mãe d’água se banha. E desse dia em diante e
obedecendo as ordens do pagé, ela nunca mais adoeceu.
Marta Brito de Amorim.
6ª série B
A VISAGEM DA
CASA DA VOVÓ
Quando eu
era pequena vi um fantasma na casa da minha avó. Já era umas oito horas quando
o meu pai foi me deixar na casa dela e a vovó saiu por um instante me deixando
sozinha. De repente bateu um vento frio quando eu estava jantando e foi quando
escutei me chamar. Era um chamado estranho, lento e fantasmagórico.
Pensei que fosse a vovó. Levantei e fui ver o que ela
queria.
Chegando na sala não tinha ninguém. E ninguém na casa
inteira.
Corri para fora e também não tinha ninguém.
Voltei para dentro de casa para ficar mais protegida,
mas, assim que entrei eu a vi. Uma figura estranha, ali, parada bem no meio da
sala. Era completamente fantasmagórica. Ela estava com um vestido todo branco e
parecia não ter rosto. Não dava para distinguir sua fisionomia e mesmo assim
parecia me olhar atentamente e ficamos ali frente a frente por alguns segundos
até que ela se mexeu e veio na minha direção. Aproximou-se e olhou bem nos meus
olhos. Parecia até que queria me dizer algo. Mas, logo sumiu e me vi sozinha
novamente.
Sai correndo e gritando pela vovó que me contou que
antes de se mudar, a casa pertencia a uma senhora que havia morrido. Por isso o
marido vendeu a casa.
Daquele dia em diante nuca mais fiquei sozinha
naquela casa. Vai que a mulher de branco resolvesse aparecer novamente.
Kayla Torres de Oliveira
6ª série B
A LENDA DA
CARROCINHA
Dizem que a carrocinha aparece à meia-noite no bairro
Santa Cruz, no bairro São Miguel e no bairro Espirito Santo.
Dizem também que ela carrega ossos humanos retirados
do cemitério.
Não se sabe ao certo pelo que ela é puxada. O que se
sabe é que é conduzida por uma visagem e que aquele que tiver a coragem de
abrir a janela no momento em que a carrocinha passar, encontrará na sua janela
uma vela de osso e provavelmente terá seu enterro ainda no mesmo ano.
Contam os antigos que uma certa noite uma mulher
estaria na janela se sua casa quando de repente ouviu o barulho da carrocinha
se aproximando.
Querendo desvendar o segredo da misteriosa visagem, a
mulher fingiu fechar a janela, mas ficou espreitando de forma que quando a
carrocinha passou ela conseguiu ver o seu condutor. Era um homem alto, vestido
de branco e o barulho era grande, como se a carroça além de ossos, também
levasse pedras e latas.
Contam que a mulher ficou muito doente e quase
morreu, e depois desse dia ninguém mais queria ficar até meia noite na janela de
sua casa por medo de ser vítima da carrocinha.
Layane de Cássia B. Barbosa
7ª A
A VISAGEM DA
CARROCINHA
Era noite fria e nublada. Já passava de meia-noite e uma
das moradoras não conseguia dormir por mais que tentasse. Desistiu e resolveu
se levantar.
Foi quando ouviu o barulho. Vinha na rua, devagar
como se viesse pesado. Parecia uma carroça de boi carregando pedras, latas e
ossos.
Rapidamente ela se levantou e tentou ouvir melhor,
queria ver o que era, mas, todos no vilarejo diziam que quando ouvissem aquele
barulho não era para abrir a janela.
Ignorando a crendice dos antigos e querendo
satisfazer sua curiosidade abriu uma pequena fresta da janela, olhou e viu. Era
uma noiva com o vestido sujo e rasgado; os cabelos arrepiados e com uma maquiagem
horrivelmente borrada. Ela estava sentada bem na frente de uma carrocinha velha
cheia de alguma coisa que não dava para ver direito. Passava em frente a sua
casa devagar e penosamente. Era inacreditável. Então aquela história era
verdade.
De repente, a mulher virou o rosto na direção da casa
e desceu da carroça indo na direção da mulher.
Ela saiu correndo e se trancou no outro quarto e
ficou lá até que a encontraram mortinha da silva.
Essa história serviu de lição para que outras pessoas
no vilarejo não mais abrissem a janela
quando ouvissem o barulho.
Assim, os anos se passaram e a visagem continuou
aparecendo, mas nunca mais ninguém teve coragem de abrir a janela.
A CARROCINHA
E MINHA VÓ
Certa noite
minha vó estava relembrando as histórias de sua vida e contou sobre muitas
coisas, mas a que mais me interessou foi a história da carrocinha, tão famosa
na nossa cidade.
Contou ela que numa noite se acordou com o barulho de
paus, pedras, latas e ossos batendo. Ela já desconfiava que era a carrocinha,
mas tinha curiosidade de saber como era a visagem. Então ela abriu um pouco a
janela para ver, porém a rua estava deserta.
Ela foi se deitar e de repente ouviu o barulho mais
perto, e agora seu corpo todo estava arrepiado, então ela falou deixando-me
cheia de medo:
- Se você ouvir esse barulho tenha certeza de que é a
visagem da carrocinha. E não vá olhar, pois você não vai conseguir ver.
Lorena Costa do Rosário
7ª série A
MINHA TIA E A MÃE D’ÁGUA
Há algum tempo minha família estava no quintal
assando castanhas e quando acabaram de assar foram para a cozinha de casa
ficando apenas minha tia no quintal, sozinha.
Algum tempo depois sentimos a falta dela e começamos
a procurá-la, mas ninguém a encontrou. Dois dias se passaram quando um amigo da
família quando ia para casa, passando por um caminho onde tinha uma enorme
mangueira e de longe viu alguém caído no chão. Correu para ver quem era e
reconheceu minha tia que estava completamente desmaiada. Ele a pegou no colo e
a trouxe para casa, mas, ela estava muito doente.
Mesmo bastante fraca ela ainda conseguiu contar que
no dia do seu desaparecimento, enquanto todos foram para a cozinha ela viu sair
do poço uma mulher muito bonita que a convidou para dar um passeio e era apenas
isso que se lembrava e nada mais.
Os dias se passaram e nenhuma melhora. Infelizmente
ela não resistiu e acabou morrendo. Nunca mais ficamos sozinhos no quintal,
principalmente porque até hoje todos ouvem alto e nitidamente o assobio. E
sabemos que a mãe d’água está passeando por lá e qualquer um que esteja sozinho
pode ser encantado por sua beleza.
Yure Borges Brito 7ª série A –
1º turno
O MAL OLHADO
DA MÃE D’ÁGUA
Certa vez minha madrasta estava num rio com sua filha
e num momento em que as duas estavam tirando fotos em cima da ponte que existia
na divisa do rio, de repente alguma coisa do outro lado do rio chamou a atenção
da menina que não parava quieta para que as fotos ficassem boas e ela dizia que
lá tinha uma mulher chamando por ela, mas minha madrasta olhava e não enxergava
ninguém.
Rapidamente pegou pela mão da filha e as duas saíram
dali o mais rápido que podiam e enquanto se afastavam a menina ia olhando para
trás dizendo que a mulher continuava chamando por ela.
Sem saber o que fazer minha madrasta pegou a menina
no colo e saiu correndo para casa.
Quando chegou à noite a menina começou a sentir muita
febre e não parava de falar na tal mulher.
Não demorou muito, minha avó chegou, e assim que viu
a neta daquele jeito logo disse que ela estava com mal olhado de mãe d’água e
correu para benzê-la.
No outro dia a menina acordou bem melhor e nunca mais
as duas foram àquele rio.
Ronald Ruan
7ª série A
A COBRA
SURUCUCU
Um dia dois
homens saíram para caçar. Chegando no lugar combinado resolveram se separar e
marcaram de se encontrar novamente num determinado horário. O primeiro que
chegasse esperaria o outro.
O primeiro homem a chegar ficou esperando o outro e depois
de uma hora começou a se preocupar com o colega que não retornava. Intrigado, o
que estava esperando foi atrás para ver o que ocorrera.
Entrou pelo mesmo caminho que o outro e quando se
aproximou do local onde o homem estava levou um susto ao ver que ele estava
completamente pelado como se estivesse em transe balançando-se para frente e
para trás.
Ao ver aquela situação, o homem observou mais
atentamente o local onde estavam, até que viu enrolada numa árvore uma enorme
cobra surucucu que estava estática olhando o homem pelado.
Armado com a espingarda o homem atirou na cobra
acordando o outro do transe.
Assim que viu a cobra e percebendo-se pelado, o outro
não compreendia o que ocorrera e rapidamente os dois saíram dali correndo.
Depois que chegaram em casa, o homem que estava
pelado contou que vira duas meninas loiras que chamavam por ele e o convidavam
para se que se aproximasse.
Era difícil acreditar que tudo fora imaginado pelo
hipnotismo que ele sofrera pela cobra.
O CURUPIRA
DO MANGAL
Um homem
foi pegar caranguejo e mesmo com toda a persistência costumeira não conseguiu
pegar nenhum.
Quando já estava desistindo de sua empreitada viu uma
mulher sair de dentro do mangue carregando uma boa quantidade de caranguejo e
perguntou a ela:
- Como tu conseguiu pegar tanto caranguejo se eu não
consegui pegar nenhum?
E ela respondeu de forma tão simples como se fosse
algo normal:
- Foi o curupira que me ajudou!
Espantado o homem perguntou:
- Mais como?
E tão naturalmente ela respondeu:
- Amanhã traz um cigarro com um fósforo e coloca no
tronco de uma árvore e deixa lá. Comece o seu trabalho que tu verá a quantidade
de caranguejo que vai aparecer.
No outro dia o homem chegou ao mangue com uns
cigarros e um fósforo e deixou no tronco de uma árvore.
Na mesma hora se afastou e começou a procurar os
caranguejos.
Justamente como a mulher falara, logo pegou um, dois,
três, dez e assim encheu o paneiro.
Feliz, quando terminou o trabalho voltou para casa e
quando ia saindo passou pelo tronco de árvore em que deixara os cigarros e o
fósforo e espantado viu que não mais estavam lá.
Mais do que depressa saiu dali correndo com medo de que
o curupira aparecesse.
José Reginaldo Santos do
Rosário 7ª série A – 1º turno
O ATAIDE
Um pescador me contou várias de suas experiências com
visagens. Uma delas foi sobre o Ataíde.
Ele estava voltando de uma pescaria quando decidiu
parar em uma pequena ilha onde havia apenas uma casa de tábua humilde coberta
de palha. Dentro dessa casa havia uma cruz também feita de madeira.
Assim que parou na costa da ilha logo se dirigiu para
a velha casa para passar a noite.
Enquanto seguia pelo caminho já conhecido teve a
impressão de que estava sendo observado. Parou, olhou ao redor e imaginou ver
alguém se esgueirando por entre as árvores.
Seguiu seu caminho e assim que chegou ao local a
primeira coisa que fez foi acender o fogo para fazer a janta.
Assim que a noite chegou, trancou a porta e armou sua
rede. Quando o sono chegava lentamente o homem ouviu barulho de pegadas ao
redor da casa; como se alguém estivesse buscando uma maneira de entrar.
O pescador se levantou e na ponta dos pés buscou uma
fresta na parede para tentar ver quem estava lá fora e levou um grande susto
quando viu um ser enorme que tinha uma coisa enrolada pelo corpo como se fosse
uma cobra.
Amedrontado, o pescador encolheu-se em um canto da
casa temendo que aquele ser tentasse entrar à força na casa ou o observasse
através de uma das inúmeras frestas que existiam devido as tábuas tão
envelhecidas.
O tempo passou e o barulho sumiu. Achando que o
Ataíde havia ido embora o pescador voltou para sua rede desejando conseguir
dormir.
Assim que se embrulhou o susto foi imenso quando uma
enorme batida na porta fez com que de um sobressalto ele se levantasse e
corresse, ficando à espreita.
O barulho novamente se fez ouvir e o coração do
pescador parecia querer sair do lugar e a batida na porta continuou e se
intensificava cada vez mais.
Sem saber o que fazer o pescador preparou-se e abriu
a porta. O ser estranho estava lá, parado e enorme. Sem que ele esperasse o
pescador agachou-se e passou por baixo das pernas do Ataíde e saiu correndo na
direção do barco.
Chegando lá, imediatamente ligou o motor e mais que
depressa saiu daquele lugar.
Quando já estava saindo e através da luz da lua cheia
ele viu na beira da praia aquele homem enorme que logo depois desapareceu de
forma estranha.
Daquele dia em diante nunca mais foi para aquela
praia e contou para todos os seus colegas pescadores o que lhe havia acontecido
para que eles não passassem pela mesma situação.
Felipe Alves da Silva Rocha
7ª série A
A PROCISSÃO
DOS MORTOS
Minha mãe era empregada doméstica e só retornava todos os dias às onze e meia da noite porque ainda ficava com as crianças para a sua patroa poder trabalhar.
Certa noite, quando voltava para casa sentia muito
medo pelo tardar das horas e pelo fato de que na estrada tinha apenas mato de
um lado e outro.
Tratou de andar mais rápido, mas num determinado
momento ouviu um barulho estranho na estrada atrás de si. Respirou fundo e resolveu
olhar para ver o que estava provocando aquele ruído.
Quando virou, levou um susto enorme ao ver várias
pessoas vestidas de branco e carregando velas nas mãos seguindo logo atrás
dela.
Nesse momento ela saiu correndo e quando já estava se
aproximando de sua casa resolveu olhar novamente e aliviada viu que as pessoas
de branco haviam desaparecido.
Quando chegou em casa eu e minha irmã já estávamos
dormindo e apenas no outro dia ela nos contou o que tinha acontecido.
Carine Camile Veloso Loreiro
7ª série A
UMA CARONA MACABRA
Certa vez
meu tio vinha de Belém e no meio da viagem minha vó ligou para saber se ele
iria demorar muito para chegar.
Depois que ele desligou o celular, percebeu que na
estrada tinha uma pessoa pedindo carona. Era uma mulher e estava toda vestida
de branco.
Mesmo com medo ele parou e ofereceu carona para a
mulher. Ela não tinha nenhuma mala e apesar dele tentar puxar conversa, a
mulher permaneceu calada até chegar em Augusto Corrêa.
Assim que o carro entrou na cidade a mulher pediu que
o homem parasse próximo ao posto de gasolina. Atendendo ao pedido, meu tio
parou o carro e quando virou-se para trás para dizer que a mulher podia sair do
carro ela não mais estava lá.
Sem abrir a porta como ela havia saído?
Meu tio entrou em estado de choque e durante meia
hora não conseguiu se mexer.
Quando sentiu o coração voltar ao normal saiu em
disparada para a casa da sua mãe e chegou lá muito pálido como se estivesse se
sentindo mal. Na verdade estava com muita febre e dor de cabeça.
Foi aí que ele contou para todos o que lhe acontecera
e prometeu que daquele dia em diante nunca mais daria carona para pessoas
estranhas, principalmente no meio da madrugada.
Jucélia M. Ramos - 7ª série A
– 1º turno
O GRITADOR DO MANGUE
Certo dia,
Pedro e João resolveram tirar caranguejo à noite. Chegando lá, saíram da canoa
e se dirigiram ao mangal.
Depois que
pegaram uma quantidade suficiente resolveram deixar na canoa. Foi aí que
decidiram se separar para explorar um espaço maior e quem sabe poder encher a
canoa.
Combinaram de se encontrar novamente depois de meia
hora ou quem terminasse primeiro ia procurar o outro.
O Pedro foi quem terminou primeiro e sentindo-se já
muito cansado procurou o amigo e disse que iria esperá-lo na embarcação.
- Tá bom – disse João – Espera lá que já tou indo.
O Pedro voltou para a canoa enquanto João continuou
seu trabalho.
Num determinado momento ele escutou um grito no meio
do mangue e sentiu os cabelos arrepiarem.
Pegou os caranguejos que havia capturado e
preparou-se para voltar à canoa quando ouviu outro grito bem próximo de onde
estava.
Apressou o passo e novamente ouviu atrás de si outro
grito ainda mais horripilante. Saiu correndo e quando chegou à canoa, o amigo
já esperava morrendo de medo porque escutara o grito.
Os dois amigos empurraram a canoa e quando
conseguiram sair ainda ouviram outro grito, dessa vez bem próximo e viram
também um homem enorme e todo sujo de tijuco se aproximar da beira da maré.
O pior foi o grito que ele deu dizendo:
- Sorte que vocês chegaram na água senão iriam ver!
Os dois amigos ficaram paralisados de medo e por um
bom tempo permaneceram calados apenas pensando no perigo que correram e assim
que chegaram de volta à praia de onde saíram, prometeram que daquele dia em
diante nunca mais iriam tirar caranguejo à noite.
Dhemeson Fonseca Alencar - 7ª
série A – 1º TURNO – Emef Rosa Athayde
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